A periodontite, ou doença periodontal, é o estágio mais avançado da gengivite que levam a perda dos dentes e as estruturas que os envolvem.
O que preocupa é o fato de a periodontite ser insidiosa. Ela progride lentamente e de forma silenciosa.
Por provocar sintomas supostamente contornáveis e não impor dores, a chateação passa anos sem ser descoberta. É comum ver a detecção só acontecer em estágios avançados, quando os dentes começam a ficar bambos e projetados para fora. Pouco a pouco, as estruturas de suporte são destruídas de modo permanente.
Ao contrário da gengivite, a periodontite não é um evento reversível. Ela deixa sequelas
A doença tem diferentes níveis de gravidade, progressão e abrangência. Em quadros mais amenos, a perda óssea não chega a 0,25 milímetro por ano e mal se vê alteração nos dentes. Em situações da pesada, os dentes podem cair ou sair do lugar, o que gera impacto na mordida.
Sem falar no aspecto estético e social… com o sorriso desfigurado e a autoestima em baixa, as pessoas encaram preconceito, sofrem e se escondem. Desde a metade dos anos 1990, pesquisadores vêm percebendo o impacto sistêmico dessas doenças pelo corpo.
Como surge a periodontite
Após anos de gengiva inflamada (resultado da gengivite), os danos se estendem para o periodonto, tecido que sustenta os dentes nas arcadas. Com isso, o dente vai perdendo o suporte e uma hora cai.
A perda dentária é o estágio mais avançado da periodontite, isso acontece, pois, as fibras e osso que sustentam os dentes sofrem degradação e reabsorção, devido a ação das toxinas liberadas pelas bactérias presentes no cálculo bacteriano (TÁRTARO).
As bactérias e substâncias inflamatórias que desencadeiam a periodontite podem parar na corrente sanguínea. Aí, provocam uma série de encrencas pelo corpo.
Há, por exemplo, uma associação entre periodontite e problemas cardiovasculares, problemas no trato gastrointestinal, suscetibilidade a infecções orgânicas, nascimento de bebês de baixo peso e parto prematuro e também se estuda sua ligação com certos tipos de câncer.
Não para aí: estudiosos americanos observaram há pouco que uma das bactérias da periodontite se encontrava presente no cérebro de pessoas com Alzheimer. A equipe também desvendou que esses micróbios induziam traços característicos da degeneração cerebral em experimentos com camundongos.
Causas e fatores de risco da periodontite
-Gengivite
-Obesidade
-Histórico familiar
-Tabagismo
-Medicamentos que reduzem a produção de saliva
-Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
-Doenças que afetam o sistema imunológico
-Diabetes
-Alterações hormonais
Sintomas e sinais
-Mau hálito
-Inflamação e deformação gengival
-Sangramentos na boca (especialmente durante a escovação)
-Gengivas com cor mais escura
-Dores
-Exposição das raízes dos dentes
-Mobilidade dos dentes
Prevenção
Para flagrar o processo ligeiro, não adianta botar a boca na frente do espelho em casa. É preciso visitar o dentista mesmo — e isso ganha importância se houver outros episódios na família.
A regra básica é marcar visitas regulares ao cirurgião dentista, que fará avaliação e diagnóstico do estado gengival — a frequência exata varia de pessoa para pessoa. Esse profissional flagra uma eventual gengivite nos seus primeiros passos, antes que evolua para a periodontite.
Entretanto, como a periodontite não acarreta dor em suas fases iniciais e muitas pessoas não visitam o cirurgião dentista, o diagnóstico tende a ser firmado tardiamente. Nessas situações, é preciso complementar a análise clínica com radiografias que medem a perda óssea.
O tratamento da periodontite
Embora haja tratamento, a periodontite não tem cura definitiva. O que se faz é estancar o avanço da doença.
Além de uma raspagem mais profunda e profilaxia minuciosa no consultório dentista pode receitar anti-inflamatórios, antibióticos e bochechos com enxaguantes bucais antissépticos. Nos casos mais avançados, é necessário realizar uma cirurgia, capaz de remover as bolsas periodontais, e investir em procedimentos para regenerar a estrutura local.
Infelizmente, o tratamento só controla o avanço da doença. Tecidos degenerados dificilmente são reconstruídos.