Essa sigla se refere à disfunção temporomandibular, nome dado ao conjunto de sinais e sintomas que afeta a musculatura da mastigação e/ou a articulação temporomandibular (ATM) aquela situada entre a mandíbula e o crânio, na região anterior à orelha.
Dentre as causas de dores orofaciais reconhecidas pela odontologia, as disfunções temporomandibulares (DTM) está entre as que mais acometem a população mundial.
A origem da DTM é multifatorial. Segundo o termo do 1º Consenso em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, os fatores podem ser de origem traumática, psicossociais (ansiedade e depressão) e fisiopatológicos (doenças sistêmicas, pressão intra-articular alterada e genética). O que irá definir o diagnóstico serão os sintomas apresentados pelo paciente e os sinais identificados em exames clínicos.
É muito importante saber se o paciente dorme bem, pois sabemos que a apneia obstrutiva do sono pode estar relacionada à DTM e os exames de imagem irão nos permitir avaliar também a via aérea superior, onde está a orofaringe, possível causadora do bloqueio da entrada do ar.
Existem 2 tipos principais de DTM:
DTM muscular, que ocorre quando a musculatura do sistema mastigatório sofre um excesso de tensão;
DTM articular, que pode se dar tanto por uma sobrecarga da articulação quanto por traumas ou até doenças degenerativas, como osteoartrose e artrite reumatoide; e a mista, aquela que une os distúrbios musculares e articulares.
As causas
Não há uma causa definida para a DTM, mas os especialistas sabem que certos hábitos aumentam o risco de desenvolver a disfunção – como apertar os dentes durante o dia e a noite, apoiar a mão na mandíbula com frequência, roer as unhas e mascar chiclete. Traumas, predisposição genética e até depressão e estresse também podem fazer com que a DTM apareça.
SINTOMAS
Os estragos causados pela disfunção temporomandibular são muitos e, não raro, parecem não ter relação alguma com o problema na mandíbula. A dor de cabeça é um deles.
Para complicar, a DTM também pode agravar a intensidade e a frequência de outros tipos de cefaleia, caso da enxaqueca. Pacientes com essa desordem podem apresentar ainda:
Dores no pescoço
Dores e zumbido no ouvido
Dores na face
Dificuldade para abrir e fechar a boca, ouvir barulhos ao fazer esse movimento
Dores em fundo de olho
A DTM compromete a qualidade de vida da pessoa.
Tratamentos odontológicos podem ser comprometidos se a DTM não for diagnosticada.
O diagnóstico
O profissional responsável por identificar um quadro de DTM é o dentista. A principal forma de diagnosticar o problema é por meio de uma conversa com o paciente e exames clínicos, como como palpação da musculatura e da articulação e detecção de ruídos. Ressonância magnética e tomografia também são utilizados em muitos casos.
O tratamento
Tratamentos clínicos – A prioridade do tratamento da DTM é tirar a dor do paciente. Ainda que posteriormente seja necessária intervenção cirúrgica, o tratamento clínico é o primeiro passo. Os objetivos são eliminar inflamações musculares e articulares e melhorar o limite dos movimentos da mandíbula. Em alguns casos, é possível, inclusive, reposicioná-la.
Estes procedimentos baseiam-se:
– No uso de dispositivos estabilizadores desoclusivos
Visam estabilizar e equilibrar as musculaturas, ATM e oclusão dentária.
–Exercícios fisioterápico
Por meio de técnicas como eletroterapia, ultrassom e laser, eles melhoram a cicatrização dos tecidos e a mobilidade.
– Exercícios fonoaudiólogos
Eles visam treinar a “postura” da mandíbula e fazer o alongamento e o fortalecimento dos músculos.
– Medicamentos
Quando usados com prescrição médica, analgésicos e relaxantes musculares podem trazer alívio;
– Acupuntura
Por aumentar a quantidade de endorfinas, a técnica ameniza a dor e reduz o estresse.
-Toxina Botulínica
Hoje, além do uso do dispositivo interoclusal, alguns profissionais utilizam a toxina botulínica tipo A como terapia minimamente invasiva, aplicada em alguns pontos específicos dos músculos.
A toxina age junto à junção neuromuscular, impedindo a liberação da acetilcolina por consequência da contração muscular.
Após reabilitar o sistema funcional da articulação, o paciente será encaminhado para a segunda etapa. Na maioria dos casos, este processo será guiado, pela ortodontia e, caso necessário, também poderá ser incluída a reabilitação oral. Contudo, é preciso garantir que a primeira fase seja concluída com sucesso. Não podemos ignorar as ATMs antes de iniciar qualquer tratamento odontológico, pois se existir disfunção, tudo o que for feito por outras especialidades poderá ser prejudicado.
– Cirurgias
São aplicadas em casos mais graves, quando não há resposta à terapia convencional.
Entre eles podem estar o deslocamento de disco articular com redução ou com redução persistente com sinais de estalos e ruído, deslocamento sem redução e artrose severa com pouca mobilidade.
Falta de diagnóstico
Além de comprometer outros tratamentos odontológicos, a DTM poderá desencadear até mesmo quadros de depressão, se não tratada de forma apropriada. Muitos fazem parte do rol dos pacientes com manifestações de irritabilidade, hiperatividade ou movimentos repetitivos, que podem ser qualificados como ansiedade.
Observações
Quem tem dor crônica precisa evitar tudo que sobrecarregue a musculatura e a articulação mandibular. Por isso, procure não apertar os dentes durante o dia; tente não dormir de bruços, já que isso pode estirar os músculos da mandíbula e do pescoço; evite comer alimentos muito duros; e mantenha a boa postura de cabeça, pescoço e costas, pois isso ajudará a relaxar os músculos do sistema mastigatório.